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António Roberto de Oliveira Rodrigues (1901-1990)

Nasceu a 7 de junho de 1901 na cidade de Ponta Delgada, ilha de São Miguel.

Ficou conhecido pela sua paixão pelo teatro e por toda a atividade que desenvolveu em redor desta arte. Foi um ator, encenador e ensaiador.

Frequentou o Liceu de Angra do Heroísmo, onde viveu enquanto seu pai (Rodrigo Rodrigues) prestou serviço na Delegação de Finanças, e ai foi colega de Vitorino Nemésio.

Optou por não prosseguir estudos superiores, facto de que viria a arrepender-se mais tarde, por não conseguir estudar disciplinas para as quais não sentia vocação.

Começou, aos 19 anos, a trabalhar na firma Azevedo e Companhia, Sucessores, que pertencia à família, passando a gerente anos mais tarde na sequência da retirada do seu tio Albano de Azevedo Oliveira.

Desde cedo mostrou interesse pelo mundo do Teatro, lendo executando e cultivando esta arte. Organizava com os seus irmãos e primos, durante as férias de verão, encenações que regra geral reproduziam factos da vida real.

Em 1912 assistiu, pela primeira vez, à realização da opereta Viúva Alegre, de Franz Lehar, levada à cena no Teatro Micaelense. Esta obra despertaria tanto interesse que, no verão de 1919, tendo como intérpretes os irmãos, primos e algum pessoal doméstico, viria a encená-la e interpretá-la, enquanto Conde Danilo, no solar de Santa Rosa de Viterbo. Esta seria a sua primeira experiência na representação.

A realização desta encenação foi divulgada pela sociedade micaelense e chamou a atenção de D. Ana Moreira de Vasconcelos, esposa do Eng.º Clemente de Vasconcelos (diretor da Fábrica do Açúcar), que proporcionou a reencenação da peça e sua apresentação, dois anos depois. Nascia assim a carreira de Oliveira Rodrigues como ator, encenador e ensaiador.

Encenou, entre muitas outras peças, As profecias do Bandarra, de Almeida Garrett e O avarento, de Moliére. Estabeleceu contactos com figuras proeminentes do mundo do teatro, tais como: Amélia Rey Colaço e Robles Monteiro.

Autodidata, lia e escrevia fluentemente o francês, o que permitiu aprofundar os seus conhecimentos, não só na área do teatro, mas também noutras áreas como a Filosofia, Psicologia e Política internacional.

A última parte do seu espólio deu entrada nesta Biblioteca Pública a 21 de Novembro de 2011, a título de depósito. É composto por cartas, fotografias, edições de obras encenadas pelo próprio, traduções manuscritas, cadernos de encenação e críticas literárias. Havia decorrido um primeiro depósito, anteriormente, de várias edições de e sobre Teatro, de autores portugueses e estrangeiros, publicações periódicas e outros documentos impressos, sobre a mesma temática.

Este espólio encontra-se em fase de tratamento técnico documental e constitui um núcleo autónomo, completamente individualizado nesta instituição.