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Teófilo Braga (1843-1924)

Nasceu a 24 de fevereiro de 1843 na cidade de Ponta Delgada, São Miguel. Foi professor, erudito, escritor e político.

Cedo começa a dar os primeiros passos na vida literária, escrevendo para diversos periódicos como a Estrela Oriental (onde publica a sua primeira poesia intitulada A canção do guerreiro), O Meteoro e O Santelmo. É ainda em Ponta Delgada que escreve e publica a sua primeira obra, aos 15 anos de idade, intitulada Folhas verdes.

Parte no início de 1861 para Coimbra para cursar Direito e termina o curso em 1867. Toma capelo com a dissertação História do direito português: os forais, em 1868.

Em 1872 concorre para Lente da cadeira de Literaturas Modernas do Curso Superior de Letras, em Lisboa, com a tese Teoria da história da literatura portuguesa, trabalho que lhe permitirá alcançar o maior triunfo da sua vida literária e académica.

Estruturalmente republicano, Teófilo tornou-se o mais diligente paladino das ideias federalistas. Implantada a República, presidiu ao Governo Provisório, voltando a ocupar, cinco anos mais tarde, a suprema magistratura da nação.

Manteve-se até ao fim da vida o doutrinador excelso e o investigador incansável. Aos 81 anos de idade, dia 28 de janeiro de 1924, faleceu na sua casa, em Lisboa.

O seu arquivo pessoal é constituído por cerca de 22000 documentos acondicionados em 239 caixas e inclui uma vasta correspondência, nomeadamente com familiares e personalidades da cena política e literária.

A biblioteca é composta por de cerca de 10000 títulos, que abrangem as várias áreas do conhecimento, com especial relevo para a Literatura, História e Filosofia. Fazem ainda parte desta, mais de 200 títulos de publicações periódicas nacionais e estrangeiras. No que se refere ao Livro Antigo contém cerca de 400 títulos, cuja temática assenta essencialmente sobre Literatura, nomeadamente Teatro português, classificado de cordel, assim como de Teatro espanhol. Lope de Vega é, neste conjunto, um dos autores com mais referências. Salienta-se ainda, pela sua raridade o Quod nihil scitur, do médico e filósofo Francisco Sanches (1551-1623), que lhe foi oferecido por Joaquim de Araújo.

A biblioteca de Teófilo Braga, não é a de um bibliófilo, preocupado em adquirir exemplares impecáveis ou peças bibliográficas raras, mas sim a de um investigador que recolheu espécies em função do seu trabalho intelectual.

Este acervo / espólio foi adquirido aos herdeiros pela Junta Geral do Distrito Autónomo de Ponta Delgada em 1928. O valor da compra foi de 220 contos, conforme o referido na acta da sessão da Comissão Administrativa da Junta Geral, datada de 19 de junho de 1928, foram adquiridas as seguintes tipologias documentais: “(…) livraria e todos ao papeis considerados de valor literario (manuscritos, apontamentos e cartas) pertencentes ao eminente professor Senhor Doutor Teofilo Braga, incluindo os direitos de autor das suas obras (…)”.

 

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