Nasceu em Ponta Delgada. Foi escritor e polemista, com extensa produção ensaística e jornalística. A sua vasta obra abrange as áreas da Literatura, Filosofia, Teologia, Pedagogia e combatendo em todas estas frentes em defesa de princípios e ideais inspirados nos Evangelhos e no magistério da Igreja.
Era filho de Bernardino José de Sena Freitas e fez os seus primeiros estudos em Ponta Delgada. Aos 15 anos, acompanha o pai, que regressa ao continente, e entra no seminário de Santarém, onde descobre a vocação missionária. Ingressa, aos 20 anos, no seminário da Congregação da Missão, em Paris, onde estudou Teologia e foi ordenado sacerdote, em 1865.
Os membros desta Congregação, também conhecidos por Lazaristas ou Vicentinos, dedicavam-se à evangelização dos pobres e à formação do clero. Assim, vai como missionário para o Brasil, distinguindo-se como professor do Seminário dos Lazaristas de Caraça (Minas Gerais) e como publicista, participando nos debates que se travavam em torno das novas ideias propaladas pelas correntes científicas, filosóficas e políticas, ligadas ao materialismo, positivismo, liberalismo e evolucionismo.
Regressou a Portugal, no verão de 1872, para leccionar no Colégio de Santa Quitéria, em Felgueiras.
Em matéria de ensino, combateu as iniciativas que pretendiam atribuir ao Estado o seu exercício exclusivo e as tentativas para impedirem que as instituições religiosas o ministrassem. Ao mesmo tempo, preconizou a adopção duma prática pedagógica consentânea com o desenvolvimento intelectual dos alunos e um plano de estudos que aliasse a formação intelectual à formação moral. Bateu-se pela formação dum clero instruído e virtuoso, que considerava vital para que a Igreja pudesse reassumir o seu importante papel na história do país.
A sua livraria, ou o que da mesma sobrou, foi comprada pela Biblioteca Pública, na década de 90 a um alfarrabista de Lisboa. Constituída por pouco mais de duas dezenas de títulos e alguns documentos manuscritos.