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António Borges Coutinho (1923-2011)

Nasceu em Lisboa a 3 de maio de 1923 e faleceu na mesma cidade a 3 de fevereiro de 2011. Filho segundo do 3º Marquês da Praia e Monforte, licenciou-se em Direito pela Universidade do Coimbra. Foi um advogado e político de origem micaelense, e exerceu advocacia em Lisboa e em Ponta Delgada.

O socialismo de António Sérgio e o pensamento de Agostinho da Silva são duas grandes influências na sua doutrinação político-ideológica. É neste sentido que o vemos como o único membro da Comissão Distrital a apoiar a candidatura presidencial de Humberto Delgado, o que faz com que passe a ser vigiado pela PIDE e preso em 1961.

Passou a fazer parte da Oposição Democrática distrital, juntamente com Melo Antunes, sobretudo a partir de 1969. Neste ano é candidato da oposição, no distrito de Ponta Delgada, pela Comissão Democrática Eleitoral e volta a candidatar-se em 1973, mas a lista é considerada inválida pelo governador civil.

Figura de referência da oposição ao Estado Novo, foi defensor dos presos políticos, apoiante do movimento cooperativo e fundador, em São Miguel, da cooperativa cultural Sextante.

Foi nomeado o primeiro governador civil do distrito de Ponta Delgada, após o 25 de abril, tendo pedido a demissão do cargo depois dos acontecimentos do 6 de junho de 1975.

Fixou residência em Lisboa, acompanhando sempre os acontecimentos políticos regionais e nacionais. Fundou e dirigiu o jornal Farol das Ilhas, onde publicava textos de cariz antiseparatista.

Foi agraciado com o Grau de Grande Oficial da Ordem da Liberdade em 2001.

A sua livraria, composta por cerca de 4000 títulos, foi depositada, nesta Biblioteca Pública e Arquivo Regional, pelos seus herdeiros no final de 2011.

 

Pelo contrato de 15 de Setembro de 1989, o Arquivo da família Praia e Monforte, já tinha sido depositado pelo próprio, em representação da família, nesta Biblioteca e Arquivo. Iniciou-se o tratamento técnico da sua biblioteca no ano de 2013, estando atualmente disponíveis para consulta cerca de 1400 títulos. É composta por monografias, publicações periódicas e alguns folhetos, e as temáticas dominantes são: Política, História, Filosofia, Cooperativismo, Economia, Direito, Literatura portuguesa, estrangeira e clássica.