A Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Ponta Delgada apresenta Memórias da casa da rua do Gaspar sobre o acervo documental Tavares Carreiro, no próximo dia 24 de fevereiro pelas 18h no seu auditório.

Com o propósito de tornar público o trabalho efetuado neste acervo documental, a sessão contará com a apresentação de dois estudos das chefes de divisão da BPARPD. Odília Gameiro, arquivista, analisa a dimensão autobiográfica do Arquivo Tavares Carreiro, centrando-se em José Bruno e na importância dos seus documentos no arquivo familiar. A Anteriana de José Bruno Tavares Carreiro é objeto de reflexão no texto da autoria da bibliotecária Catarina Teixeira Pereira. A sessão ficará concluída com uma exposição de Carlos Guilherme Riley sobre a notável personalidade de José Bruno Tavares Carreiro, centrado no tema que desde cedo lhe mereceu bastante interesse, a Diplomacia e a Política Internacional.

José Bruno Tavares Carreiro (1880-1957) faz parte de uma geração ainda pouco estudada nos Açores. Embora ligado a Ponta Delgada e à ilha de São Miguel pela família paterna, nasceu e formou-se em Coimbra, tendo casado com Georgina Forjaz na ilha Terceira, onde sempre cultivou laços de amizade e afinidade intelectual, designadamente com Luís da Silva Ribeiro, o que ajudou a consolidar a visão supra distrital que tinha do regionalismo e da autonomia açoriana, à qual emprestou, nas páginas do Correio dos Açores, um segundo impulso na década de 1920, do qual viria a germinar, entre outros frutos, o conceito de açorianidade, formalizado literariamente por Vitorino Nemésio na revista Insula em 1932. Por estas razões, o Arquivo Tavares Carreiro é indispensável para o estudo da primeira metade do século XX no arquipélago e reveste-se de um interesse público que justifica a sua integração no património documental da memória açoriana.