
- Este evento já decorreu.
Sugestões de janeiro

A partir deste mês, passamos a apresentar sugestões de leitura para os adultos, os jovens e as crianças.
Para os mais pequeninos, sugerimos um livro de 2019, O novelo de emoções, de Elizabete Neves (texto) e Natalina Coías (ilustração). Um feliz encontro entre Marta e Sukha permite que este amiguinho, através das várias cores, denomine e identifique as várias emoções, levando a menina a saber colocá-las separadamente em cada novelo, em vez de misturadas no mesmo.
Para os jovens, um guia fundamental do nosso continente – a Europa – pela mão de Jacques Le Goff (1996, 1ª ed.), denominado A Europa explicada aos jovens: a Europa explicada a todos. O que é a Europa? Qual a sua origem e a sua História? O que significa ser europeu? O que nos leva a sermos uma família europeia? Descobrir as conquistas, os impérios e o seu desmoronamento, as grandes revoluções do século XIX e o despontar da democracia, as ditaduras do século XX, o que foi o horror do nazismo, a perseguição aos judeus e aos ciganos, a Europa dos imigrantes, constitui uma viagem literária viva, rica e indispensável, através deste livro.
Sendo este o ano em que celebramos o centenário do nascimento de Natália Correia, começamos por convidar-vos a ler um dos seus melhores e mais marcantes livros, Descobri que era europeia: impressões de uma viagem à América, cuja primeira edição foi publicada em 1951: entre o diário e a crónica, a narrativa e a poesia, e na sequência de uma viagem aos Estados Unidos da América em 1950, quando a autora, apesar dos seus 27 anos de idade, tinha consolidada a sua identidade europeia, a robustez deste livro está na capacidade de opor a exterioridade e a frivolidade dos norte americanos interioridade e profundidade europeia, resultantes da nossa fortíssima e belíssima herança greco –romana: «Somos estruturalmente diferentes», afirma.
O livro de Djaimilia Pereira de Almeida (2015), Esse cabelo, escrito na primeira pessoa, traz-nos a procura da identidade de Mila (africana) – a essência, o alter-ego da narradora presente- que, em Portugal, caminha de máscara em máscara – onde o cabelo assume a imagem da artificialidade e da procura de aceitação, trazida pela sua transfiguração constante. É pela perda que a narradora ativa a memória, não buscando apenas a biografia pessoal, antes a história de comunidades africanas inteiras, cuja essência foi decapitada pelo racismo.
De Italo Calvino, As cidades invisíveis (1996, 1ª ed.). Este livro recria um diálogo entre Marco Polo e o imperador Kublai Khan, sobre as 55 cidades visitadas pelo viajante , intercalando-o com pequenos textos sobre cada uma das cidades então visitadas: «As cidades e os olhos», «As cidades e os sinais», «As cidades e a memória», são alguns dos títulos que apresentam uma forma interiorizada de visitar os lugares, onde os sentidos , a memória através das próprias fotografias e a viagem ao imaginário das pessoas que passam nas ruas devolvem uma fisionomia interiorizada, viabilizando outro diálogo entre a cidade e o seu visitante.
Finalmente, e porque Eugénio de Andrade nasceu há cem anos, um dos seus prodigiosos livros – Rente ao dizer (1992, 1ª ed.), onde o discurso poético surge cada vez mais depurado, cada vez mais próximo de uma musicalidade muito própria, da atenção à delicadeza de cada palavra, do lugar da poesia rente ao dizer, conforme defendia.
Copyright: AA/BPAPDL
Disponíveis para empréstimo domiciliário:
NEVES, Elizabete – O novelo de emoções. 1ª ed. Porto: Porto Editora, 2019.
JUV 159.942 NEV/nov
LE GOFF, Jacques – A Europa explicada aos jovens: a Europa explicada a todos. Lisboa: Gradiva Publicações, 2007.
JUV 94(04) GOF/eur
CORREIA, Natália – Descobri que era europeia: impressões duma viagem a América. 2ª ed. Lisboa: Editorial Notícias, 2002.
EMP AÇORES 82-9 COR/des
ALMEIDA, Djaimilia Pereira de – Esse cabelo: a tragicomédia de um cabelo crespo que cruza a história de Portugal e Angola. 1ª ed. Alfragide: Teorema, 2015.
EMP 316 ALM/ess
CALVINO, Italo – As cidades invisíveis. Lisboa: Teorema, imp. 1996.
EMP 82(450)-31 CAL/cid
ANDRADE, Eugénio de – Rente ao dizer. Porto: Fundação Eugénio de Andrade, 1992.
EMP 82(469)-1 AND/ren