A obra Antologia de Poesia Portuguesa Erótica e Satírica constitui um importante tesouro literário. Publicada inicialmente em 1966, foi uma arrojada obra de Natália Correia levando-a a tribunal por ter escrito um livro tão polémico.
Depois de ver sucessivos livros seus apreendidos pela censura do Estado Novo, Natália Correia aceitou o convite de Fernando Ribeiro de Mello para organizar esta Antologia apreendida pela PIDE por ter causado um escândalo nacional devido ao seu conteúdo satírico e erótico.
O género satírico é praticado sobretudo até aos finais do século XVIII, associado a uma enorme alegria de viver, que por contraste se projeta sobre os séculos posteriores e, especialmente sobre o nosso.
Natália Correia nasceu na Fajã de Baixo, em Ponta Delgada. Com 11 anos, viu-se obrigada a partir para o continente. O pai foi para o Brasil e ela, a mãe e a irmã seguiram para Lisboa. A relação próxima com a mãe, mas também com as avós e tias, permitiu-lhe desde cedo ter uma consciência diferente sobre o poder da mulher.
Foi poetisa, dramaturga, ensaísta, jornalista e deputada da Assembleia da República, acima de tudo, Natália Correia foi uma mulher que queria debater ideias e lutar por aquilo em que acreditava.
Marcou a cultura nacional de uma forma inigualável, Natália Correia nunca se deixou calar. A censura, aliás, nunca a assustou, mesmo após ter sido condenada a três anos de pena suspensa por publicar a obra Antologia de Poesia Portuguesa Erótica e Satírica.
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CORREIA, Natália – Antologia de poesia portuguesa erótica e satírica: dos cancioneiros medievais à actualidade, [Lisboa]: Afrodite/Fernando Ribeiro de Melo, [1966]. EMP 82(469)-1 A/Z COR/ant