Joana cria um contraponto entre as suas experiências de menina e as de adulta, indo do presente para o passado num bailado com a memória. Da infância vivida com o pai amigo e protetor ao desespero da orfandade, Joana vai tentando ligar os pontos que a fizeram ser uma pessoa cheia de incertezas, perdendo-se de si mesma pelo caminho. Onde terá ido parar a menina que escrevia versos, que tinha medo de dormir sozinha e sentia pena das galinhas?
Clarice Lispector estreia-se na Literatura em 1943 com o romance “Perto do Coração Selvagem”, criando uma abordagem inédita sobre a descoberta das particularidades do sentir e do ser. Ao expor as necessidades aprisionadas no Coração de Joana, Clarice mergulha fundo num romance psicológico que desnuda os desejos mais escondidos no coração de todos nós.
Joana é como um ser em eterna deslocação do seu próprio eu que não suporta a convivência com exterior e fecha-se na busca para dentro, abrindo mão da moral convencional para não haver limites para a sua procura. Joana arde na chama dos conflitos mais primitivos do ser humano e a sua impulsividade e coragem não vão deixar ninguém indiferente.
Quem somos verdadeiramente dentro do esconderijo do coração? Um romance sublime sobre a natureza humana.
Advertência:
Para poder ler “PERTO DO CORAÇÃO SELVAGEM” decore antes este pequeno poema de Lau Siqueira:
“dentro de mim
morreram muitos tigres
os que ficaram
no entanto
são livres”
O livro “Perto do Coração Selvagem” está disponível para empréstimo na nossa Biblioteca.