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Instante ente estantes “O Deus das moscas” de William Golding

Num futuro próximo, algumas crianças são levadas da Inglaterra para escapar a uma Guerra Nuclear. O avião em que seguiam despenha-se matando todos os adultos. Sozinhas numa ilha deserta, as crianças são confrontadas com a total liberdade de ação e formam a sua própria sociedade, a principio igualitária, solidária e justa, para logo tornar-se numa completa anarquia.

Vencedor do Nobel de Literatura de 1983, William Golding é um dos escritores mais sensíveis do século XX, com uma obra que iniciou aos sete anos de idade, publicando em 1934 uma compilação de poemas, a abordagem de seus temas busca sempre atingir uma consciência social. No fim da Segunda Guerra Mundial inicia a carreira de professor e a sua incursão pela ficção. Em 1954 publica o “Deus das moscas”, este que já é um clássico a respeito da visão de um mundo distópico, pautado na Lei do mais forte, no medo imposto pelo desconhecido e no domínio das mentalidades pelos que detém algum conhecimento.

Considerado como uma paródia ácida ao livro “A ilha de Coral” de Robert Michael Ballantyne 1857 – os personagens principais possuem inclusive os mesmos nomes: Jack e Ralph – “O Deus das moscas” é um livro desafiante porque desconstrói a suposta pureza de sentimentos das crianças e desconcertante porque faz emergir a discussão sobre a aptidão humana para a maldade. Quando os instintos de sobrevivência vêm à tona não nos separamos nem um milímetro do que consideramos selvagem?

Advertência:
Para ler “O Deus das moscas” esteja ciente do caos que pode surgir numa sociedade pautada na desigualdade social e no autoritarismo.

O livro “O Deus das moscas” está disponível para empréstimo na nossa Biblioteca e é uma das peças da exposição “A “normalidade” distópica: outra utopia?”, patente até dia 31 de março nas nossas instalações.